Quais padrões de frequência o 5G usa?

Quais padrões de frequência o 5G usa?

A tecnologia 5G foi projetada para operar em uma ampla gama de frequências, organizadas segundo padrões internacionais definidos por órgãos de padronização como o 3GPP (3rd Generation Partnership Project) e a ITU (União Internacional de Telecomunicações). Esses padrões garantem que as redes 5G funcionem de forma interoperável entre diferentes países, fabricantes e operadoras.

Os padrões de frequência do 5G são classificados em diferentes bandas numeradas, cada uma com características técnicas específicas, como largura de banda, tipo de duplexação (FDD ou TDD), uso regional e aplicação estratégica (mobilidade, capacidade, latência etc.). O 5G opera em três grandes faixas conhecidas como FR1 (Sub-6 GHz), FR2 (ondas milimétricas) e, futuramente, FR3 (terahertz).

Classificação dos padrões de frequência no 5G

FR1 – Frequências abaixo de 6 GHz (Sub-6)

  • Intervalo de frequência: 410 MHz a 7125 MHz
  • Mais utilizado no início do 5G
  • Boa cobertura e penetração de sinal
  • Ideal para zonas urbanas, suburbanas e rurais

O FR1 abrange faixas licenciadas e não licenciadas e é fundamental para garantir cobertura ampla e estabilidade nas conexões móveis. Uma das bandas mais importantes nesse grupo é a n78 (3300-3800 MHz), amplamente utilizada por operadoras no Brasil, Europa e Ásia. Outro exemplo é a n28 (700 MHz), usada para garantir cobertura em áreas distantes.

FR2 – Ondas milimétricas (mmWave)

  • Intervalo de frequência: 24,25 GHz a 52,6 GHz
  • Capacidade extrema de transmissão de dados
  • Baixo alcance e sensível a obstáculos
  • Utilizado em ambientes urbanos densos

O FR2 é usado para aplicações que exigem altíssima velocidade e baixa latência, como realidade aumentada, jogos em nuvem, vídeos 8K e carros autônomos. As bandas mmWave são nomeadas como n257 (26,5–29,5 GHz), n258 (24,25–27,5 GHz) e n260 (37–40 GHz).

FR3 – Faixas futuras (THz)

  • Intervalo teórico: acima de 100 GHz até 1 THz
  • Ainda em estudo e padronização
  • Aplicações futuras como hologramas, redes 6G, comunicações espaciais

Embora ainda não utilizadas comercialmente, as faixas terahertz representam o futuro das comunicações móveis. Serão importantes para aplicações ultra-avançadas com necessidade de altíssima largura de banda.

Tabela com exemplos de bandas 5G e padrões

Nome da Banda Frequência (MHz ou GHz) Categoria Duplexação Aplicação
n28 703 – 748 MHz FR1 – Baixa FDD Alta cobertura
n41 2496 – 2690 MHz FR1 – Média TDD Alta capacidade
n78 3300 – 3800 MHz FR1 – Média TDD Equilíbrio entre alcance e velocidade
n258 24,25 – 27,5 GHz FR2 – Alta TDD Velocidade extrema (mmWave)
n260 37 – 40 GHz FR2 – Alta TDD Ambientes urbanos

Duplexação no 5G: FDD vs TDD

  • FDD (Frequency Division Duplex): utiliza frequências separadas para uplink e downlink. Ideal para faixas mais baixas (ex: n28).
  • TDD (Time Division Duplex): uplink e downlink compartilham a mesma frequência em tempos alternados. Usado nas bandas médias e altas (ex: n78, n258).

O TDD permite flexibilidade de alocação de tempo conforme a demanda de tráfego, o que é importante no 5G, pois normalmente há mais consumo de downlink do que de uplink.

Compatibilidade com 4G e 3G

Muitas das frequências utilizadas no 5G são compartilhadas ou reformuladas a partir de faixas do 4G, como a banda de 700 MHz (n28) ou 2600 MHz (n41). Isso permite o uso de tecnologias como Dynamic Spectrum Sharing (DSS), que aloca dinamicamente o espectro entre 4G e 5G conforme a necessidade.

Frequências não licenciadas

O 5G também pode utilizar espectros não licenciados, como a faixa de 6 GHz (conhecida como Wi-Fi 6E ou banda n96 em estudo), especialmente para aplicações industriais, redes privadas ou hotspots urbanos.

Essas frequências exigem mecanismos avançados de coexistência para evitar interferência com outras tecnologias, como Wi-Fi, Bluetooth e IoT.

Portanto, os padrões de frequência do 5G são amplos, padronizados globalmente e organizados em bandas FR1 e FR2, com base em sua faixa de operação. Cada padrão serve a um objetivo específico, equilibrando alcance, capacidade e latência, sendo essencial para a construção de redes modernas, robustas e preparadas para o futuro.