O que é eNodeB em 5G?

O que é eNodeB em 5G?

O termo eNodeB (Evolved Node B) refere-se à estação rádio base utilizada nas redes 4G LTE (Long Term Evolution). Embora tenha sido projetado para redes 4G, o eNodeB ainda desempenha um papel relevante nas redes 5G, especialmente no modo NSA (Non-Standalone), onde o 5G é implementado sobre a infraestrutura existente do 4G.

Com o avanço da tecnologia para o 5G, surgiram novas arquiteturas e elementos de rede, como o gNodeB (gNB), mas o eNodeB continua sendo essencial em muitas implementações iniciais do 5G, principalmente durante o período de transição. Para entender seu papel no contexto 5G, é importante conhecer primeiro o que é um eNodeB e como ele se relaciona com as novas arquiteturas.

O que é eNodeB?

O eNodeB é a estação rádio base do 4G responsável por fornecer a interface aérea entre os dispositivos móveis (UE – User Equipment) e a rede de núcleo EPC (Evolved Packet Core). Ele substituiu os componentes separados das redes 2G/3G, como NodeB e RNC (Radio Network Controller), unificando as funções de controle e transmissão em um único equipamento.

O eNodeB realiza funções como:

  • Modulação e demodulação de sinais
  • Codificação de canal e multiplexação
  • Gerenciamento de recursos de rádio
  • Controle de mobilidade entre células
  • Transmissão de pacotes de dados entre a UE e o núcleo EPC

Ele se conecta diretamente ao EPC via interfaces S1 e se comunica com outros eNodeBs via interface X2, sem necessidade de um controlador centralizado como nas gerações anteriores.

Funções principais do eNodeB:

  • Gerencia conexões de rádio com os usuários
  • Executa controle de potência, handover, agendamento
  • Garante a qualidade do serviço (QoS) em tempo real

Arquitetura 4G com eNodeB:

Elemento Função
UE (User Equipment) Dispositivo móvel que se conecta à rede
eNodeB Estação rádio base responsável pela interface aérea
EPC Núcleo de rede que trata sinalização, mobilidade e roteamento IP

O papel do eNodeB no 5G (NSA)

Na arquitetura 5G NSA (Non-Standalone), o eNodeB funciona como elemento de ancoragem para a rede 5G. Isso significa que o controle de sinalização (controle de mobilidade, autenticação, gerenciamento de sessão) continua sendo realizado pelo eNodeB via 4G, enquanto os dados em alta velocidade são transferidos por meio da conexão com o gNodeB.

Essa combinação é chamada de EN-DC (E-UTRAN New Radio Dual Connectivity), em que o usuário permanece conectado simultaneamente ao eNodeB (4G) e ao gNodeB (5G).

Vantagens do uso do eNodeB no 5G NSA:

  • Permite implantar 5G com menor custo, aproveitando a infraestrutura 4G existente
  • Reduz o tempo de implementação da rede 5G
  • Fornece cobertura contínua, especialmente em locais onde o 5G puro ainda não está disponível

Nessa arquitetura, o eNodeB se conecta ao gNodeB por meio de uma interface especial (Xx) e ao núcleo EPC como no LTE. O gNodeB, por sua vez, é usado apenas para a transmissão de dados em alta velocidade.

Resumo da função do eNodeB no 5G NSA:

  • Faz o controle da conexão e mobilidade
  • Coordena a agregação com o gNodeB
  • Transmite parte dos dados em conjunto com a rede 5G

Diferenças entre eNodeB e gNodeB

Critério eNodeB (4G) gNodeB (5G)
Geração 4G LTE 5G NR
Interface com o núcleo S1 para EPC NG para 5GC
Tipo de conexão Controla sinal e dados Focado em dados de alta velocidade
Suporte NSA Sim, como nó mestre Sim, como nó secundário

Importância estratégica do eNodeB durante a transição

Mesmo com a implementação crescente do 5G puro (SA – Standalone), muitas operadoras ao redor do mundo continuam utilizando o eNodeB em suas infraestruturas. Essa escolha é estratégica para:

  • Manter compatibilidade com dispositivos 4G/5G
  • Aproveitar investimentos já realizados em equipamentos 4G
  • Garantir cobertura ampla enquanto o 5G SA não está completamente instalado

Com o tempo, o papel do eNodeB será reduzido à medida que mais regiões forem atualizadas para redes 5G Standalone, com gNodeBs conectados diretamente ao núcleo 5GC (5G Core). No entanto, nos próximos anos, o eNodeB continuará sendo um componente vital para garantir a interoperabilidade e performance híbrida entre as gerações.