Modelo Okumura-Hata para LTE

Modelo Okumura-Hata para LTE

Como você já está acompanhando nossos conteúdos sobre redes móveis, hoje eu vou te mostrar um modelo que é muito usado para prever a cobertura do sinal em áreas urbanas, suburbanas e rurais. Esse modelo se chama Okumura-Hata, e mesmo que o nome pareça técnico, ele tem um papel direto em como o sinal chega até o seu celular — especialmente em redes LTE.

Se você já se perguntou por que em algumas regiões o sinal é forte e em outras parece desaparecer, o modelo Okumura-Hata ajuda a responder exatamente isso. Ele serve para estimar quanto o sinal vai se atenuar enquanto se propaga, ou seja, quanto ele “perde força” conforme viaja da antena até o seu dispositivo. Isso é algo que influencia diretamente o planejamento das torres de transmissão.

O que o modelo leva em conta?

O modelo é baseado em estudos práticos, e ele considera vários fatores como:

  • A frequência usada pela rede (geralmente entre 150 MHz e 1500 MHz).
  • A altura da torre (estação base) e do celular (usuário).
  • A distância entre a antena e o aparelho.
  • O tipo de ambiente: urbano, suburbano ou rural.

Em redes LTE, o modelo Hata ainda é usado em simulações, especialmente em áreas onde a rede precisa ser bem planejada para garantir boa cobertura com o menor número possível de torres. Como o LTE normalmente opera em frequências mais altas que o 2G e o 3G, ele precisa de uma avaliação mais precisa da perda de sinal — e é aí que o modelo Okumura-Hata continua sendo útil.

Fórmula básica do modelo Hata

Essa fórmula é usada para calcular a perda de propagação, chamada de Path Loss. A expressão geral para áreas urbanas é:

L = 69.55 + 26.16 log(f) - 13.82 log(h_b) - a(h_m) + [44.9 - 6.55 log(h_b)] log(d)

Onde:

  • L: perda de sinal (em dB)
  • f: frequência (em MHz)
  • h_b: altura da torre (em metros)
  • h_m: altura do dispositivo móvel (em metros)
  • d: distância entre a torre e o celular (em km)
  • a(h_m): fator de correção baseado na altura do celular, que muda conforme o tipo de área

Tipos de ambiente e ajustes

Ambiente Correção aplicada Características
Urbano Fator de correção com mais obstáculos Maior interferência, prédios, áreas densas
Suburbano Ajuste reduzido para áreas mistas Casas, árvores, menos prédios
Rural Correção mais simples, menor perda Campos abertos, menos obstruções

Esse modelo ajuda muito no planejamento de redes LTE, principalmente quando se quer garantir que mesmo em uma zona afastada o sinal consiga chegar com qualidade. O que se faz é simular essas perdas com base nas fórmulas e nos parâmetros reais do local. E se você lembrar quando falamos da importância da linha de visada (LoS), aqui isso se confirma — quanto menos obstáculos, menor a perda calculada pelo modelo.

Outra coisa que vale lembrar: mesmo com a chegada do 5G, muitos projetos ainda usam modelos como esse para complementar estudos, principalmente em regiões que vão continuar usando LTE por bastante tempo. E quando você pensa em otimização de handover, setorizações, ou até mesmo em definir o número de torres, o modelo Okumura-Hata aparece como base para tudo isso — assunto que, inclusive, você vai ver comigo nos próximos conteúdos sobre planejamento de rede.