Metodologia de Medição de KPI no LTE e Procedimento de Aceitação
Hoje eu vou te mostrar como funcionam na prática a metodologia de medição dos KPIs em redes LTE e o processo de aceitação que é seguido depois. Pode parecer só coisa técnica, mas quando você entende o porquê de cada passo, começa a enxergar como isso impacta diretamente a qualidade da rede que você usa todos os dias no celular. Nada disso é por acaso — cada número que aparece em um relatório tem um método por trás.
Quando uma operadora instala ou moderniza uma rede LTE, não basta apenas ligar os equipamentos. Existe um processo bem definido para medir se tudo está funcionando dentro dos parâmetros esperados. E para isso, usamos os KPIs, que são indicadores de desempenho da rede. É com base neles que você sente se a rede está boa ou se tem falhas, como quedas de chamadas, lentidão na internet, falhas no acesso etc.
Etapas principais da metodologia de medição
- Coleta de dados: Aqui se começa medindo os parâmetros direto da rede, com ferramentas de drive test, logs do sistema ou sondas internas. É o que permite enxergar a experiência real do usuário.
- Classificação dos KPIs: Os principais que sempre são analisados incluem: sucesso de acesso (RRC Setup), taxa de handover, throughput de downlink e uplink, taxa de falhas, tempo de conexão e latência.
- Comparação com metas: Cada KPI tem um valor de referência definido pelo contrato ou projeto. A rede só é aceita se todos (ou a maioria) estiverem dentro do limite.
- Validação de desempenho em campo: Mesmo que os indicadores estejam bons nos sistemas, é feita medição em campo — nas ruas, avenidas e áreas indoor — para confirmar que o desempenho percebido pelo usuário bate com o que os números mostram.
Exemplo prático de KPIs monitorados
| KPI | Objetivo | Valor Aceitável |
|---|---|---|
| RRC Setup Success Rate | Taxa de sucesso ao iniciar uma sessão de conexão | > 98% |
| ERAB Setup Success Rate | Estabelecimento bem-sucedido de portadora de dados | > 97% |
| Handover Success Rate | Sucesso na troca de células durante movimentação | > 95% |
| DL Throughput Médio | Velocidade média de download | > 20 Mbps |
| Taxa de queda (Call Drop Rate) | Porcentagem de sessões que falham antes de terminar | < 2% |
Procedimento de aceitação da rede LTE
Depois que todos os dados são medidos e os KPIs analisados, entra a parte do aceite técnico. E aqui tem que ser tudo bem documentado. A operadora ou cliente vai verificar se todos os indicadores estão dentro dos limites acordados. Se não estiverem, o fornecedor precisa ajustar a rede e refazer os testes.
Esse processo envolve relatórios completos com capturas de tela das medições, tabelas com os KPIs, mapas com trajetos de drive test e até análises de áreas específicas onde o desempenho ficou abaixo. Tudo isso para garantir que você, ao final, tenha uma rede que funcione bem onde mais precisa.
Como a gente já falou quando tratamos dos testes de cobertura, a aceitação não é só técnica, é também sobre experiência. Porque o número pode estar bom, mas se em campo a rede travar, algo está errado. E isso é levado em conta. Você vai ver mais disso quando a gente falar dos testes de benchmarking entre operadoras, onde esse tipo de análise fica ainda mais comparativo e competitivo.
Agora que você entende como esses KPIs são medidos e como funciona a aceitação, fica mais fácil perceber por que a rede às vezes passa por ajustes mesmo depois de ser ativada. Nada disso é aleatório. Existe todo um ciclo de medição, validação e aceitação — e isso garante que você esteja conectado com estabilidade, desempenho e sem surpresas.