Análise Teórica de Interferência por eNodeB Não Colocado

Análise teórica da interferência causada por eNodeBs não colocadas no mesmo local

Hoje quero te mostrar algo que muitas vezes passa despercebido quando se fala de redes LTE: a interferência causada por eNodeBs que não estão colocadas no mesmo ponto físico. Quando se instala uma estação rádio base (eNodeB), nem sempre ela está sozinha. Em vários casos, outras eNodeBs estão próximas, mas em locais separados, e isso afeta diretamente a qualidade do sinal que você recebe no seu celular.

Quando você está se movendo, por exemplo, entre dois bairros ou até dentro de uma mesma área urbana densa, o seu aparelho pode estar no meio da cobertura de várias eNodeBs diferentes. Se essas eNodeBs não estão sincronizadas corretamente ou estão mal posicionadas, ocorre interferência. E essa interferência atrapalha a comunicação, reduz a velocidade, aumenta a latência e até causa quedas de conexão em alguns casos.

O que significa eNodeB não colocalizada?

Uma eNodeB não colocalizada significa que ela está instalada em um local físico separado de outras estações. Diferente de quando várias antenas dividem o mesmo ponto de instalação (por exemplo, no topo de uma torre ou edifício), aqui elas estão espalhadas. Isso é comum em ambientes urbanos onde se usa múltiplas células para cobrir áreas com grande densidade de usuários.

O problema surge quando essas estações começam a interferir entre si por não estarem bem coordenadas. Isso é o que chamamos de interferência intercelular, e quanto mais próximas estiverem, maior a chance de isso acontecer. Essa interferência pode se dar tanto no uplink (quando o aparelho envia dados) quanto no downlink (quando a rede envia dados para o aparelho).

Como essa interferência afeta você na prática

  • Perda de pacotes de dados, o que atrasa ou falha em carregamentos de páginas e vídeos.
  • Redução na taxa de transferência de dados, que você nota quando tudo começa a carregar mais devagar.
  • Oscilação de sinal, onde o aparelho parece “ficar indeciso” entre duas estações próximas.
  • Aumento de erros de retransmissão, que exige mais tentativas para concluir uma comunicação.

Você já deve ter notado que em certas áreas da cidade o sinal parece estar cheio, mas a internet não anda. Isso pode ser resultado direto desse tipo de interferência. O celular está conectado, a estação está ativa, mas há um “choque” entre os sinais das eNodeBs vizinhas.

Tabela comparativa: interferência colocalizada x não colocalizada

Tipo de eNodeB Posição física Nível de interferência Controle da rede
Colocalizada Mesma torre ou estrutura Baixo (mais fácil de coordenar) Centralizado
Não colocalizada Locais físicos separados Alto (maior risco de sobreposição) Distribuído

Essa diferença no posicionamento físico exige um planejamento mais cuidadoso. É por isso que em áreas densamente povoadas, onde a demanda de tráfego é alta, a configuração precisa considerar frequência, potência de transmissão e o tempo de sincronização entre eNodeBs. Inclusive, quando falamos de interferência, estamos também nos referindo a aspectos como reuse de frequência e modulação adaptativa, que são ferramentas usadas para minimizar esses efeitos. Tudo isso será necessário entender melhor quando falarmos de planejamento de rede LTE.

Além disso, essa interferência também impacta processos como o handover, especialmente quando o aparelho precisa trocar de célula entre duas eNodeBs muito próximas. Isso leva a falhas de transição ou demora na resposta da rede. Vamos ver isso com mais detalhe quando entrarmos nos tipos de handover e os critérios que definem quando o aparelho troca de célula.

Então, se hoje a sua conexão está lenta mesmo com sinal cheio, vale lembrar que pode haver uma eNodeB próxima interferindo na comunicação da outra. E é por isso que entender essa interferência entre estações não colocalizadas é tão importante para garantir uma experiência de rede mais eficiente.